O Teu Coração!

Teu Coração é o Teu MOTOR, a “bomba” incansável que noite e dia, envia o teu sangue a todas as partes do teu corpo, mantendo-te VIVO.

É o coração que sofre contigo as venturas e desventuras do amor, que se exalta perante as injustiças, e se “derrete” perante a cortesia e a amabilidade, que “pula” desenfreado quando vês alguém que amas, ou que se entristece quando as saudades batem à porta.

É o teu coração que te “sussurra”, às vezes no meio do bulício em que vives, qual o caminho que deves seguir, como uma bússola fiel que quer sempre o melhor para ti. Noite e dia, sem parar, sempre a bater, desde o momento em que nasceste, até ao momento em que exalares o teu último suspiro!

Um fiel amigo o teu coração, comprometido com a VIDA, com a TUA VIDA!

Como é que tu tratas dele? Como é que retribuis toda esta dedicaçãoDás-lhe o exercício de que tanto gosta e precisa, ou condena-lo à inactividade que o faz definhar?

O teu coração é o teu “MOTOR”,  como te disse lá atrás, trata-o bem, dá-lhe os alimentos certos que não “estorvem” e dificultem o seu trabalho, dá-lhe o exercício certo, moderado e criativo, sintoniza-o com o seu “NÚMERO MÁGICO”, o número de batimentos cardíacos por minuto que ele não deve ultrapassar quando estás a fazer actividade física, e que o tornarão MAIOR, MAIS FORTE, MAIS EFICIENTE E MAIS SAUDÁVEL!

Dá-lhe o carinho e o conforto dos bons sentimentos, e ele retribuirá com um palpitar “alegre” e ritmado.
Não o “tortures” com exercícios sistematicamente violentos e esforçados para, o qual ele não foi feito, não o canses com a ansiedade de viveres preocupado com o futuro, com a ânsia de teres mais, de precisares de mais.

O teu coração foi feito para te acompanhar toda a vida, quando nasceste ele estava preparado para isso, dá-lhe o melhor TREINO, na intensidade correta e ele agradecerá, proporcionando-te bons momentos e uma VIDA LONGA. 

Está nas tuas mãos, e o “NÚMERO MÁGICO” é a melhor ferramenta que podes utilizar para o AJUDAR, para te ajudares a TI PRÓPRIO!

Lembra-te, com um CORAÇÃO GRANDE, mais sangue poderás bombear por minuto, nutrindo melhor o teu corpo, tornas-te mais saudável e mais apto a desafiares os teus limites.

Com um CORAÇÃO GRANDE, terás mais espaço para amar, a TUA VIDA, e a VIDA daqueles de quem mais GOSTAS!

PENSA NISSO!
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Um abraço do Fernando Ferreira.

O Sr. Hiromu Inada

Quero contar-te a história do Sr. Hiromu Inada, um japonês de 85 anos e 11 meses que terminou, mais uma vez o Ironman do Hawai!
Considerada uma das provas de resistência mais duras do mundo, em que é preciso nadar 3,8 km em mar aberto, pedalar 180 km pelas estradas sinuosas da Ilha de Kona e correr os 42.195 metros da maratona, atrai todos os anos milhares de participantes que têm de qualificar-se para poderem participar naquela que é considerada a prova rainha de Ironman.

Pois o Sr. Hiromu, que participou pela 7ª vez nesta prova, fez jus à tradicional tenacidade nipónica, gastando 1h 51′ 26” na natação, 8h 02′ 40” na bicicleta e 6h 28′ 18” na maratona, totalizando 16h 53′ 50”, apenas, a 6′ e 10” do tempo limite de 17h para terminar a prova.
Com esta façanha, sagrou-se campeão mundial de Ironman no escalão 84-89 anos, e o homem mais idoso a terminar uma prova de Ironman.

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O Sr. Hiromu que apenas começou a praticar triatlo aos 69 anos de idade, treina cerca de 40 horas por semana, apenas descansando ao domingo, diz que gosta muito do triatlo, porque assim tem que treinar três modalidades diferentes.
No final da prova mostrou-se muito satisfeito e prometeu que para o ano irá voltar!
Um verdadeiro exemplo de superação que nos mostra que a juventude está sobretudo na nossa cabeça!
Como dizia a minha avó, ” velhos são os trapos”!

É este tipo de histórias que me inspiram a querer viver a minha VIDA, plenamente e até ao fim dos meus dia.  Até que as nossas vidas se cruzem numa aventura, desejo que desfrutes de cada dia com saúde e alegria. Um abraço!
Fernando Ferreia

O que é o “Número Mágico”?

 Sabes o que é o “Número Mágico”? O “Número Mágico” é o número de batimentos cardíacos por minuto abaixo do qual, o teu organismo quando em actividade física CONSOME sobretudo GORDURA. Este número é ÚNICO para cada pessoa, e é obtido através de uma fórmula que considera vários factores, tais como a idade, o peso, a altura, os antecedentes de prática desportiva, o sexo, etc… Na posse deste número, o teu Treino, ou a simples actividade física, pode ser personalizada, respeitando as tuas capacidades físicas actuais e levando-te a melhorar a tua resistência cardio-vascular, a perderes massa gorda, a diminuíres os teus valores de glicémia, colesterol, triglicerídeos, etc…

Esta individualização do treino, permite-te evoluir de forma mais consistente, levando-te a obteres resultados mais duradouros e seguros, evitando lesões e situações de fadiga. Verás que a tua recuperação dos esforços será mais rápida, e constatarás por ti próprio (a) a diminuição da massa gorda e o aumento da tua capacidade física.

Passarás a efectuar esforços mais cómodos e com melhores resultados, tornando a actividade física um verdadeiro prazer. Apreciarás a paisagem e desfrutarás de cada minuto, sentindo no teu corpo e na tua mente, a presença do Oxigénio.

Com o respeito pelo teu “Número Mágico”, deixarás de lutar contra o teu corpo, e farás dele o teu grande aliado na obtenção de mais saúde e qualidade de Vida.
Para saberes mais sobre este, e outros produtos, vai a https://www.mountainlover.pt/loja/
Até ao dia em que as nossas Vidas se cruzem na subida de uma Montanha, ou a desfrutar de um simples treino na Natureza, desejo que vivas a Tua VIDA com Saúde e Alegria!
Fernando Ferreira

Jogos Olímpicos de Inverno

Começa hoje em Pyeong Chang a 23ª Edição dos Jogos Olímpicos de Inverno!

Sempre gostei muito dos Jogos Olímpicos, lembro-me se ser menino e ficar horas em frente à televisão, ainda a preto e branco, embevecido a apreciar os desempenhos daqueles(as) magníficos(as) Atletas.

Depois quando a transmissão acabava, eram poucas as horas que a nossa televisão dedicava aos Jogos Olímpicos, vinha para a rua e desafiava os meus amigos a reproduzirmos as provas que via.

Corríamos os 100 metros, os 1500 metros e até os 10.000 metros, tudo de seguida, em voltas intermináveis por entre as oliveiras onde habitualmente brincávamos, fazíamos o salto em altura e em comprimento, e tudo aquilo que a nossa imaginação permitia e alcançava. Bons tempos!

Já jovem, a minha paixão pelo desporto acentuou-se, ao ponto de a transformar na minha profissão!

Só mais tarde descobri os Jogos Olímpicos de Inverno, e em 1994 quando estive em Chamonix pela primeira vez para subir ao Monte Branco (4807 m), visitei as instalações que ainda restam dos primeiros Jogos Olímpicos de Inverno, que se realizaram nesta cidade no já longínquo ano de 1924.

Impressionou-me particularmente o velho trampolim de madeira onde se realizaram os saltos.

Desde então, acompanho o mais possível esta grande festa do desporto, que apesar de tantas vicissitudes politicas, continua a ser um espaço nobre de convívio e superação desportiva entre todos os povos.

E agora chegou a altura de te revelar um segredo:

Desta vez, tentei fazer parte desta grande festa, não como espectador, mas como Atleta!

Já te falei noutras ocasiões do meu gosto pelo Ski de Fundo, que utilizo sempre que posso, como forma de me preparar para os meus desafios, pois não é que em finais de Novembro do ano passado, decidi que iria tentar o apuramento para estes Jogos, nos 15 quilómetros estilo livre (skating) em ski de fundo?

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Parece mentira mas é verdade!

O apuramento para uns Jogos Olímpicos é o grande objectivo da carreira de muitos atletas, que levam anos a preparar-se para isso, apesar de tudo, achei que devia  tentar!

Alterei de imediato o meu plano de treino mais vocacionado para distâncias longas, que me permitem estar muitas horas seguidas em actividade, coisa que para esta prova não se justificava, visto os 15 quilómetros terem no meu caso uma duração prevista entre 40/45′.

Não foi fácil  passar a treinar de formar diferente, mas tal como noutras ocasiões, o meu corpo não me deixou ficar mal, e pouco a pouco foi assumindo as novas “directrizes”, tornando-se mais rápido e ágil.

Como não tinha neve à minha disposição, os treinos específicos foram feitos em patins de linha, em ciclovias e a horas pouco convidativas, para fugir aos peões e me ir habituando ao fuso horário da Coreia do Sul.

Andava entusiasmado!

Era um novo desafio, e como gosto de treinar, tudo corria às mil maravilhas!

Só que era preciso fazer no estrangeiro uma ou duas provas de apuramento até ao dia 21 e Janeiro de 2018. Contactei a Federação Portuguesa de Desportos de Inverno  que me deu todas as informações necessárias, mas que manifestou a impossibilidade de me ajudar financeiramente para poder participar nas referidas provas.

Bom, sem o apoio da FPDI  não podia inscrever-me, e sem me inscrever, não podia participar nas provas!

Foi difícil aceitar, mas tinha de renunciar a este objectivo, e no dia 20 de Janeiro interrompi este projecto.

Confesso que seria muito difícil apurar-me, mas estava a fazer todos os possíveis para que isso acontecesse.

Para mim ficará sempre na memória o entusiasmo que dediquei a esta causa, todo o treino que fiz e que me obrigou literalmente a percorrer caminhos desconhecidos, orgulho-me de ser capaz de sonhar e lutar por objectivos difíceis de alcançar, e sobretudo, confirmei mais uma vez que a vida tem mais sentido quando o nosso entusiasmo e a nossa paixão nos empurram na direcção daquilo que verdadeiramente SOMOS!

Fica o testemunho, ficam as memórias, outros desafios se seguirão!

E agora toca a desfrutar, o SHOW vai começar!

Um VIVA aos Jogos Olímpicos, sobretudo aos de Inverno, sobretudo aos de Pyeong Chang, onde não estando fisicamente, estarei de ALMA e CORAÇÃO!

O Legado de Terry Fox

A história que quero partilhar contigo, é uma das mais inspiradoras que conheço, e não raras vezes recorro a ela para me auto – motivar na superação dos meus desafios pessoais.

Terrance Stanley Fox, mais conhecido por Terry Fox, era um jovem canadiano, nascido em Winnipeg a 28 de Julho de 1958, desde pequeno que Terry mostrava muita paixão pelo desporto, em particular pelo Basquetebol e pela corrida.

Apesar de medir apenas 1,73 metros de altura, não se amedrontava perante os “gigantes” das outras equipas e compensava a sua baixa estatura com uma grande determinação e entrega nos treinos, ganhando a admiração dos seus colegas.

No entanto, tudo mudou naquela tarde de 12 de Novembro de 1976, quando embateu com o carro que conduzia em direcção ao treino, na traseira de uma camião.

Apesar do susto, Terry apenas ficou com uma pequena dor no joelho direito, o que nem sequer o impediu de apanhar um autocarro e marcar presença em mais um treino da sua equipa, como tanto gostava!

Os dias passavam ,e aquela dor a que não tinha dado grande importância não cedia, apesar dos tratamentos caseiros e dos analgésicos que começou a tomar.

No dia 1 de Março de 1977, Terry ,depois de dar 7 voltas a correr na pista de Atletismo da sua Escola, teve de parar, tinha o joelho muito inchado e mal conseguia andar.

Decidiu ir ao médico!

Três dias mais tarde, o médico anunciou-lhe sem dúvidas nenhumas, que tinha um osteosarcoma, um cancro nos ossos que atinge sobretudo crianças e adolescentes.

Devastado com o diagnóstico mas com a coragem de sempre, Terry foi sujeito a uma operação 5 dias depois, onde lhe amputaram a perna direita acima do joelho, tendo  os médicos pensado que o cancro estava controlado.

Quando acordou, e ainda sonolento da anestesia, perguntou a si mesmo quando é que poderia voltar a andar.

Recorrendo ao seu carácter lutador e à sua coragem inabalável, encetou uma recuperação impressionante que deixou todas as pessoas admiradas.

Experimentou a 1ª prótese 3 semanas depois de ter sido operado, e 3 semanas mais tarde, já conseguia caminhar o suficiente para poder participar em jogos de mini-golfe.

Trabalhou no fortalecimento de todo o corpo e decidiu começar a correr, desafiando-se a si mesmo!

Na 1ª corrida de 100 metros em que participou, ao tiro de partida, Terry saiu o mais rápido que podia, mas ainda não tinha percorrido 10 metros e já a sua prótese se tinha partido pelo joelho!

Este insucesso, ao invés de derrotá-lo, deu-lhe ainda mais forças para continuar, levando-o a procurar melhorar a sua prótese, que não chegava sequer aos “calcanhares” das actualmente utilizadas  pelos velocistas e maratonistas.

Terry  era um lutador incansável, e na sua cabeça foi nascendo a ideia de atravessar todo o Canadá a correr, como forma de angariar fundos para ajudar a pesquisar formas de luta contra o cancro!

Durante um ano  treinou arduamente, participando inclusive numa prova de 27 quilómetros, que completou em 3 horas e 9 minutos  ficando na última posição.

Decidido a concretizar o seu projecto a que chamou de Maratona da Esperança, angariou apoios, uma carrinha de apoio que seria conduzida por um amigo, algum material desportivo e ajuda financeira para o combustível.

Até que finalmente o grande dia chegou, e a 12 de Abril de 1980, Terry partiu de St. John´s na Terra Nova, junto ao Oceano Atlântico, de onde encheu duas garrafas de água que pretendia despejar no Oceano Pacífico, quando terminasse a sua jornada  7250 quilómetros mais à frente!

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Durante 143 dias  Terry não parou, percorrendo mais de 5000 quilómetros a uma média de 40 quilómetros por dia!

A sua determinação, coragem e espírito de missão, permitiram-lhe ultrapassar o cansaço e a fadiga, fazendo com que a cada dia que passava a sua mensagem chegasse mais longe, empolgando as pessoas de um País inteiro, que no final de cada etapa, faziam fila para contribuir financeiramente para tão nobre causa.

Ninguém ficava indiferente a este gesto sobre-humano.

Tiveram vários percalços, num deles um camião abalroou a comitiva, ferindo várias pessoas e não matando Terry Fox por pouco.

Até que no dia 1 de Setembro de 1980, em Thunder Bay, Ontário, com 5373 quilómetros percorridos, Terry foi forçado a parar, o cancro tinha atingido os seus pulmões!

Dias antes, tinha dito que se não pudesse terminar esta tarefa, outros teriam que a fazer por ele, pois esta causa tinha de prosseguir o seu caminho!

Terry lutou tenazmente contra a doença durante quase um ano, até que faleceu no dia 28 de Junho de 1981, um mês antes de completar 23 anos.

Quando foi obrigado a parar, muitos quiseram terminar a tarefa por ele, o que recusou, na esperança de ainda poder completar o caminho por si mesmo! No entanto, quando verificou que isso já não seria possível, incentivou a realização de outras corridas como forma de angariação de fundos.

A sua vontade foi cumprida, e a 13 de Setembro de 1981 foi realizada a 1ª corrida Terry Fox, reunindo 300 mil participantes  em mais de 700 localidades, o que permitiu arrecadar 3,5 milhões de US$.

Hoje, a Fundação Terry Fox  realiza corridas em todo o mundo e já arrecadou centenas de milhões de dólares para projectos de combate ao cancro.

Em Portugal esta corrida realiza-se todos os anos no Parque das Nações, na distância de 10 quilómetros, estando a próxima agendada para o dia 21 de Abril, ás 10 horas da manhã, e revertendo a receita para a sua Fundação.

Pela minha parte, todos os anos procuro participar, é a minha modesta contribuição para uma causa tão grandiosa!

Terry, foi escolhido por todos os Canadianos, como a personagem mais famosa do século XX e a 2ª mais importante da história do País.

Existem estátuas e bustos seus por muitos lugares, várias ruas,  parques e escolas com o seu nome, perpetuando o seu legado e reforçando os valores que defendia.

Para mim, o espírito de Terry Fox permanece bem vivo e inspira-me sempre a dar o meu melhor.

Foi um grande exemplo de coragem e determinação em prol de uma causa, que abraçou e soube transformar na missão da sua vida!

 

UMA AVENTURA NO JURA

Gosto  muito de fazer ski de fundo, esta paixão já vem de longe, desde 1995, altura em que um colega de Educação Física Francês, o Xavier, me convidou para fazer a travessia do Jura em ski de fundo.

Já conhecia o Xavier desde 1993, ano em que o recebi a ele e a alguns alunos seus aqui em Portugal, para em conjunto comigo e alguns dos meus alunos, efectuarmos um estágio de escalada na Serra de Sintra e da Arrábida.

Foi uma actividade muito intensa e engraçada, da qual me recordo muitas vezes.

Mas voltando ao ski de fundo, assim que ouvi o convite do Xavier, não hesitei! E sem pensar duas vezes, aceitei de imediato!

O Jura é uma região situada entre a Suiça e a França, e a actividade consistia em percorrer cerca de 220 kms, em regime de auto-suficiência em cima de uns esquis de que para quem não sabe são bastante mais estreitos que os de ski de pista.

Fiquei empolgado perante a perspectiva de uma aventura a sério, só existia um problema, eu nunca tinha feito ski de fundo!

Bom, não seria com certeza esse “pequeno” pormenor que me afastaria de ir.

Continuei o meu treino aqui em Portugal, tratei da viagem e no inicio de Fevereiro, lá fui eu para Paris ao encontro dos meus colegas de expedição, o Xavier  e outro francês e dois companheiros Ingleses.

Aluguei umas botas e uns esquis em Paris, na loja da Vieux Campeur, e lá fomos nós numa carrinha em direcção a Bellecombe, ponto de partida desta aventura.

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Mochila ás costas, a minha com cerca de 30 quilos, ski nos pés e lá vamos nós rumo à aventura!

Os meus primeiros kms serviram para aprender os movimentos de técnica de esquiar, que para espanto meu e dos meus colegas, facilmente adquiri!

Aquele inverno estava a ser muito rigoroso, tinha nevado muito, e a temperatura nunca subia acima dos -10º negativos, mesmo de dia!

Fazíamos cerca de 30 kms diários por meio de floresta de cedros e abetos, orientando-nos por uma carta e uma bússola que guardávamos religiosamente nos bolsos dos nossos casacos, pois sem elas a nossa sobrevivência estaria comprometida.

A meio do dia, fazíamos sempre uma paragem de 1 hora, para descansar e comer alguma coisa e depois lá seguíamos nós abrindo caminho por entre quantidades monstruosas de neve.

Subíamos e descíamos continuamente, ás vezes as descidas por neve virgem não eram mais do que quedas controladas, até que um dia  alcançámos o ponto mais alto do Jura a Crete de la Neije com 1718 metros de altitude.

Lembro-me de estar sentado em cima da mochila a contemplar  a maravilhosa paisagem que se abria perante os meus olhos, o lago Leman, o Monte Branco com o seu cume resplandecente e onde eu havia estado no ano anterior. Estava extasiado e todos os muitos esforços despendidos para ali chegar, tinham merecido a pena.

No cume de uma Montanha moram sempre a paz e a tranquilidade para quem ousa lá chegar.

Chegávamos ao final de cada dia exaustos, montávamos a tenda no meio da neve, derretíamos alguma dentro das nossas caçarolas para preparar chá e uma sopa e metiamo-nos dentro do saco de cama, preparados para suportar os  20º negativos que a noite nos traria.

Atento ao silêncio e aos sons próprios dos grandes espaços selvagens, tentava aquecer-me até que naturalmente os meus olhos se fechavam, vencidos pelo cansaço da jornada.

Com as primeiras claridades da madrugada acordávamos e repetíamos a rotina, derreter água, beber um chá e uma sopa, comer alguns frutos secos, vestir a roupa de abrigo, calçar as botas de ski, desmontar a tenda ainda gelada, fazer a mochila, colocar os skis  e continuar a marcha rapidamente para nos aquecermos.

Foram dias duros mas muito gratificantes, que me ajudaram a  forjar o meu carácter de montanheiro determinado.

Os obstáculos tornam-nos sempre mais fortes!

Quando ao fim de oito dias de esforço e solidão, avistámos as casas da aldeia onde finalizava a nossa viagem, senti que tinha acabado de fazer uma coisa que jamais iria esquecer, por tudo o que tinha sido obrigado a ir buscar dentro de mim, em esforço e determinação.

Nesse dia ao jantar, finalmente livres da tirania das sopas em pacote, pudemos dar largas ao nosso apetite voraz! Que no meu caso foi atenuado por dois magníficos bitoques, regados com um copo de vinho tinto, com o qual comemoramos os cinco, tão inesquecível aventura!

Hoje à distância de todos estes anos, orgulho-me de mesmo sem saber o que me esperava, ter tido a coragem e a ousadia de caminhar rumo ao desconhecido, sem essa atitude não teria vivido esta bela aventura.

A paixão pelo ski de fundo perdura até aos dias de hoje, e assim que os primeiros flocos de neve caiem, lá vou eu para os Pirinéus ou para a nossa Serra da Estrela, desfrutar de uma actividade que me faz sentir bem, que me revigora o corpo e a alma.

Gosto tanto do ski de fundo, que em breve terei noticias para te dar!

Até que os nossos destinos se cruzem, a fazer ski de fundo ou a subir uma Montanha, desejo que vás superando com coragem e ousadia os teus desafios pessoais.

UM ABRAÇO!