Relembro as minhas primeiras expedições, em que carregava literalmente coisas inúteis, na ilusão e no receio de que me pudessem vir a fazer falta.
Lembro-me de por exemplo, em 1989, ano em que comecei a aventurar-me nestas andanças do montanhismo, na primeira atividade que realizei na Serra da Estrela, ter carregado durante dois dias uma quantidade de roupa desnecessária, tinha medo de passar frio, pois estávamos em pleno mês de Março.
O colega que partilhou comigo essa aventura, depois de me ver arrastar durante dois dias sob o peso de uma enorme mochila, perguntou-me porque é que tinha levado tanta roupa, se alguma dela não tinha chegado sequer a utilizar?
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Fiquei a pensar nisso e desde então, quando comecei a levar os meus próprios grupos para a montanha, não deixei que eles passassem por essa experiência.
Falamos previamente sobre o frio e outras situações em que as pessoas se podem sentir desconfortáveis, e quando começamos a subir já vão devidamente preparados para as condições climatéricas que poderão vir a encontrar, e qual a melhor maneira de se equiparem para lhes fazer frente.
Na montanha, tal como na vida, devemos “equipar-nos” apenas com o que é essencial para a “jornada”, temos de saber “largar” o que não interessa para que a nossa subida se torne mais prazerosa, e possamos desfrutar plenamente, das coisas gratificantes que a montanha tem para nos oferecer.
Até que as nossas vidas se cruzem numa qualquer montanha, desejo que superes com paixão os teus desafios.